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Discurso do Papa Francisco aos oficiais e advogados

Dirijo a cada um de vós a minha cordial saudação, começando pelo Decano, ao qual agradeço as suas palavras.

A sociedade na qual vivemos está cada vez mais secularizada, e não favorece o crescimento da fé, com a consequência de que os fiéis católicos sentem dificuldade em testemunhar um estilo de vida segundo o Evangelho, até no que diz respeito ao Sacramento do matrimónio. Em tal contexto, é necessário que a Igreja, em todos os seus âmbitos, aja de comum acordo para oferecer adequado apoio espiritual e pastoral. No ministério diário ao serviço do matrimónio cristão, fazeis experiência de dois baluartes fundamentais não só da teologia e do direito matrimonial canónico, mas também e ainda antes, da própria essência da Igreja de Cristo: a unidade e a fidelidade. Com efeito, estes dois bens matrimoniais, antes de serem, aliás, para serem obrigações jurídicas de cada união conjugal em Cristo, devem ser epifania da fé batismal.
Para que seja validamente contraído, o matrimónio exige que se estabeleça em cada um dos nubentes uma plena unidade e harmonia com o outro, a fim de que, através da troca recíproca das respetivas riquezas humanas, morais e espirituais — quase como vasos comunicantes — os dois cônjuges se tornem uma só carne. O matrimónio requer também um compromisso de fidelidade, que abranja toda a vida, tornando-se estavelmente consortium totius vitae (cân. 1135). Unidade e fidelidade são dois valores importantes e necessários não só entre os cônjuges, mas em geral nas relações interpessoais e sociais. Estamos todos cientes dos inconvenientes que determinam, no consórcio civil, as promessas não mantidas, a falta de fidelidade à palavra dada e aos compromissos assumidos.
A unidade e a fidelidade. Estes dois bens irrenunciáveis e constitutivos do matrimónio, requerem não só que sejam adequadamente ilustrados aos futuros esposos mas solicitam a ação pastoral da Igreja, especialmente dos bispos e dos sacerdotes, para que acompanhem a família nas diversas etapas da sua formação e desenvolvimento. Tal ação pastoral naturalmente não se pode limitar ao cumprimento dos procedimentos, embora necessários e a realizar com cuidado. É preciso uma tríplice preparação para o matrimónio: remota, próxima e permanente. Seria bom que esta última incluísse de modo sério e estrutural as diversas etapas da vida conjugal, mediante uma formação cuidadosa, orientada de maneira a aumentar nos noivos a consciência dos valores e dos compromissos próprios da sua vocação.
TAGGED: Advocacia, Papa

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